Quando se é criança temos o desejo de transformar para melhor o que está a nossa volta, de inverter o pensamento constante de que o certo não é a construção de bombas atômicas, imposição de regras ou poder. Temos o estilo humano ideal a se seguir: o heróico dos nossos quadrinhos e desenhos animados. Somos estimulados durante toda a infância a salvar o mundo e cansamos de ouvir que "crianças são as
sementes do amanhã".
sementes do amanhã".
Depois que crescemos e começamos a analisar com mais profundidade as milhares de questões que poderiam mudar a humanidade,vemos que sozinhos não conseguiríamos realizar aquele sonho de toda criança. Mas enfim, digo isso tudo porque ontem ao vir pra casa em uma condução lotada, ouvi uma frase que me deixou intrigada. Ao estar naquele cenário humilhante que eu e todos do ônibus se encontravam após quarenta minutos de espera no ponto, comecei a filmar as pessoas e os relatos delas. Uma dessas pessoas incitava as outras a gritarem e levantarem as mãos para que aparecessem no vídeo, já que eu estava com o braço levantado filmando de cima. Uma das pessoas gritou a frase que até agora me deixa pensativa:
- De que adianta filmar? Não vai resolver nada.
Outros murmurinhos prosseguiram a frase pessimista.
Dali em diante fiquei mais uns dois minutos fazendo imagens e parei. Aquela frase ainda reverberava na minha mente com toda a sua entonação de tristeza. Talvez tivesse me tocado porque ao escolher minha profissão - jornalismo - ainda tinha em mente aquela utopia de menina supergirl. Talvez porque a verdade estivesse batendo na minha cara repetindo amargamente tudo o que os professores que tive até agora na faculdade e as pessoas com que lido no trabalho me dizem: "Jornalista não salva o mundo. Jornalista apenas mostra o caminho para que as pessoas - com seus próprios esforços - tomem uma atitude.".
É preciso saber que os jornalistas não são uma raça de heróis falidos porque não conseguem "resolver nada". Jornalistas são os indicadores, os anunciadores, a pedra no sapato, mas não são os mocinhos que salvam o dia, infelizmente. Não cabe a eles continuarem com a teoria que têm desde criança. Cabe a nós - eu, você, todos - nos unirmos em prol de vencer a batalha contra o único personagem que existe tanto em quadrinhos como na vida real: o vilão. Quem é o vilão? Bom, isso já é outra história...
- De que adianta filmar? Não vai resolver nada.
Outros murmurinhos prosseguiram a frase pessimista.
Dali em diante fiquei mais uns dois minutos fazendo imagens e parei. Aquela frase ainda reverberava na minha mente com toda a sua entonação de tristeza. Talvez tivesse me tocado porque ao escolher minha profissão - jornalismo - ainda tinha em mente aquela utopia de menina supergirl. Talvez porque a verdade estivesse batendo na minha cara repetindo amargamente tudo o que os professores que tive até agora na faculdade e as pessoas com que lido no trabalho me dizem: "Jornalista não salva o mundo. Jornalista apenas mostra o caminho para que as pessoas - com seus próprios esforços - tomem uma atitude.".
É preciso saber que os jornalistas não são uma raça de heróis falidos porque não conseguem "resolver nada". Jornalistas são os indicadores, os anunciadores, a pedra no sapato, mas não são os mocinhos que salvam o dia, infelizmente. Não cabe a eles continuarem com a teoria que têm desde criança. Cabe a nós - eu, você, todos - nos unirmos em prol de vencer a batalha contra o único personagem que existe tanto em quadrinhos como na vida real: o vilão. Quem é o vilão? Bom, isso já é outra história...
- Flávia Freitas Gomes
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