sexta-feira, 9 de novembro de 2012


O jornal de domingo,
atualmente de sábado:
mudança de costumes
Flávia Freitas
A
pós a publicação na Revista de Comunicação do texto “Jornais de domingo. Ou de sábado?”, do jornalista Gualter Mathias Netto, abrimos uma discussão mais ampla do assunto abordado. O editorial retrata a transferência do antigo calhamaço dos jornais de domingo, para sábado, e traz à tona duas questões: a quebra de hábito da leitura aprofundada do domingo e o consumo de notícias que Gualter chama de “velhas”, por não precisarem de dia certo para ser publicadas. De acordo com o jornalista, a mudança estaria acontecendo devido ao fato de que o sábado seria um dia “escasso de acontecimentos”, o que justificaria a antecipação de matérias de domingo que foram produzidas durante a semana.
Porém, leitores assíduos mostram outras razões pelas quais essas transformações ocorrem. Para Bruna Caldas, estudante de jornalismo da FACHA, a alteração das publicações é ruim e não vê problema em ler “matérias frias”, ou “velhas”. “Acho que encher o jornal de sábado não é bom, financeiramente falando. Todo mundo sabe que é o de domingo que dá retorno. Creio que isso é uma tentativa de aumentar o número de vendas no sábado. Quanto a ler matéria que já foi dada, eu prefiro esperar por uma notícia bem apurada, aprofundada, do que pela notícia quente que é suitada 500 vezes a cada nova informação que surge” – enfatiza. Além disso, cita um dos assuntos em voga na comunicação: a extinção do impresso. “Se você reparar, todo dia tem um complemento nas publicações. É tentativa de atrair leitores” – relata.
imagem.bmpApesar dos rumores sobre a vida do jornal, nada confirma que ele deixará de ser querido pelos os que preferem “tocar a notícia”, já que para muitos a informação por ele transmitida é mais confiável. É o que revela uma pesquisa realizada pelo Ipsos-Marplan e divulgada pela Folha de São Paulo.
A pesquisa mostra do ponto de vista qualitativo, que os jornais são identificados com "profundidade", "confiabilidade" e "detalhamento e abrangência de informações". Algo que não é encontrado na internet. Outro dado sobre o hábito desse consumo evidencia que 67% fazem a leitura entre as 9h e as 13h, por 38 minutos, em média. Muitos identificam o jornal com o café da manhã.
Por isso que para Beatriz Bernardino, Meteorologista e leitora de impresso desde a infância, a mudança nos dias das publicações não agradou. Para mim essa mudança não é muito boa, porque é no domingo que eu tenho tempo de sentar para ler com calma. No sábado sempre tem coisa para fazer, no caso fazer feira, ir ao supermercado... Domingo eu tomo café lendo o jornal.” Portanto, a dica é esperar, pois apenas o sucesso, ou o fracasso, desse novo formato ditará se o hábito nas manhãs dominicais prosseguirá ou não. 

1 comentários:

Anônimo disse...

Olá. Boa noite.
Meu nome é Juliana Silva e trabalho na TV Cultura. Gostaria de saber se você possui algum contato do jornalista Gualter Mathias Netto.
Obrigada!!!
(entrar em contato em julianamsilva@tvcultura.com.br)

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